O Mercado de Bolsa de Acções (MBA) representou apenas 0,1% dos 2,3 biliões de Kwanzas (Kz) negociados na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) no primeiro semestre de 2025, segundo cálculos da Economia & Mercado.
As operações com acções totalizaram 2,2 mil milhões Kz entreJaneiro e Junho, um valor residual face ao domínio dos títulos públicos. As Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis (OT-NR) lideraram,com 791,25 mil milhões Kz (34,17% do total).
Seguiram-se as Obrigações em Moeda Estrangeira (OT-ME) que somaram 696,71 mil milhões Kz (30%) e pelos Bilhetes do Tesouro (BT)com 51 mil milhões Kz (2,65%). Apesar do baixo volume financeiro, o mercado accionista destacou-se no número de operações. Foram 6 257 transacções contra 4 084 das OT-NR e 696 das OT-ME.
Especialistas consultados pela Economia e Mercado afirmam que o cenário é comum em bolsas em desenvolvimento, onde o mercado de acções ganha liquidez de forma gradual. “O facto de as acções representarema maioria das transacções, mesmo com volume modesto, indica interesse crescentee potencial de expansão”, destacou um analista.
A entrada de novas empresas no mercado de acções, prevista pela BODIVA para o segundo semestre deste ano, representa um passo decisivo para reforçar a atractividade e liquidez do mercado de capitais “, disse um especialista do sector financeirocontactado.
“Esta medida é crucial para consolidar o papel da bolsa como plataforma fundamental para o financiamento da economia nacional. A diversificação de emissores pode atrair novos investidores, tanto institucionais como retalhistas, contribuindo para o aprofundamento do mercado accionista”, acrescentou o analista.
Crescimento de 9% no volume total
No agregado, o volume de negociações na BODIVA cresceu 9% no primeiro semestre para 2,3 biliões Kz, face aos 2,1 biliões Kz registados no período homólogo.
Na análise mensal, Janeiro surgiu como o mês mais forte, com 633 mil milhões Kz transaccionados em 1 427 operações. Fevereiro, por seu turno, registou a menor movimentação (314,6 mil milhões Kz), valor mais baixo do semestre, reflexo da menor intervenção do Banco Nacional de Angola no mercado secundário de dívida pública.