AFRINIC inicia processo de indicação de candidatos à eleição do conselho administrativo

A AFRINIC, empresa responsável pela gestão de endereços de Internet em África, anunciou hoje a abertura das indicações de candidatos para a eleição do seu Conselho Administrativo.

 

Em comunicado, a empresa informa que o período de inscrições para indicações de candidatos está aberto de 14 a 28 de Agosto de 2025 e os assentos disponíveis são os seguintes:

  • Assento Um: Norte da África;
  • Assento Dois: África Ocidental;
  • Assento Três: Oceano Índico;
  • Assento Quatro: África Central;
  • Assento Cinco: África Meridional;
  • Assento Seis: África Oriental;
  • Assento Sete: Independente da Região;
  • Assento Oito: Independente da Região.

“Cada vaga poderá ser ocupada por apenas um candidato. Uma pessoa física residente nas sub-regiões acima mencionadas e nacional de um país da referida sub-região, conforme indicado, poderá ser indicada para as Vagas 1, 2, 3, 4, 5 e 6”, esclarece a entidade.

 

Já para os assentos 7 e 8, os candidatos podem ter a nacionalidade de qualquer país africano e residir em qualquer uma das sub-regiões acima mencionadas. Os candidatos eleitos para cada um dos assentos cumprirão um mandato não superior a três anos.

 

Contexto

 

O anúncio surge após as eleições realizadas a 23 de Junho último, nas Ilhas Maurícias, que devia escolher o novo conselho administrativo da instituição, mas foi marcado por irregularidades apontadas por vários membros, entre os quais a Associação Angolana de Internet (AAI), a Associação Tanzaniana de Provedores de Serviços de Internet (TISPA) e a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN).

 

As eleições tinham sido marcadas para 16 de Junho, mas foram adiadas devido a uma providência cautelar obtida pela TISPA junto do Supremo Tribunal das Ilhas Maurícias. A providência foi anulada no dia 18 de Junho e as eleições foram possíveis no dia 23 daquele mês.

 

Entretanto, o pleito foi marcado por um clima de tensão, com a TISPA e outros membros a contestarem a exclusão inicial de eleitores registados após Setembro de 2023, por ser uma decisão que consideram violar os estatutos da organização.

 

No mesmo sentido, a Associação Angolana de Internet declarou que, no quadro dessas eleições, o nome dos seus membros foi utilizado de forma indevida em centenas de procurações falsas: “repudiamos veementemente esta manipulação”, declarou a instituição angolana, alertando que estes incidentes minam a credibilidade da AFRINIC e, por extensão, da gestão da Internet no continente africano.

 

Por sua vez, a ICANN manifestou “preocupação grave” com relatos de fraude e falta de transparência. Num comunicado, a organização recordou que a AFRINIC foi reconhecida em 2005 como registo regional para África, com obrigações de neutralidade e imparcialidade sob o acordo ICP-2.

 

Face às preocupações levantadas, o governo das Ilhas Maurícia anunciou medidas urgentes para investigar a situação da AFRINIC, justificando a decisão com base no interesse público, destacando que os sucessivos litígios e a má gestão dos administradores em exercício paralisaram as operações da AFRINIC. Os eventos mencionados conduziram a instituição a este novo anúncio para a eleição do conselho administrativo.

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