Leclerc assume justo protagonismo na Ferrari e só precisa de empurrãozinho para incomodar

Charles Leclerc (Foto: Ferrari)

Charles Leclerc esperou o momento notório para agir quando todos os holofotes do mundo — e da própria Ferrari — estavam voltados para Lewis Hamilton. Não era, de vestimenta, hora para entrar em conflito diante de todo o impetuosidade que a chegada do heptacampeão à escuderia mais tradicional da história da Fórmula 1 causou, pelo contrário. Tal qual um grande ator que sabe o exato momento de dar vida ao personagem e roubar a cena, precisou somente do início efetivo da temporada 2025 para colocar os famosos ‘pingos nos is’.

Sim, Leclerc é o verdadeiro protagonista da história que a Ferrari começou a racontar levante ano em meio a um elenco recém-contratado estelar. E ninguém melhor que o monegasco, que está em terras italianas desde os tempos da base, para entender porquê as coisas, de vestimenta, funcionam por lá.

Mas o papel de Leclerc ganhou perímetro inesperado no momento em que ele assumiu direção própria. Foi, sem incerteza, ousado, mas também define a grandeza que ele já atingiu não somente dentro da Ferrari, porquê na própria F1. Charles é indiscutivelmente um dos melhores pilotos do grid atual e só não foi vencedor em 2022 porque a diretiva técnica da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para sustar o porpoising matou o coche vermelho do GP da Bélgica em diante.

É verdade que os erros de gestão na Ferrari — problema sintomático desde que os tempos de Michael Schumacher vieram ao término — também pesaram naquele campeonato que teve viradela importante de Max Verstappen, alguém que nunca perde a chance de roubar a plateia. Mas o revés também serviu para dar a Charles importante casca para encarar o que viria a seguir.

O pódio na Arábia Saudita pode ter representado importante ponto de viradela para Leclerc (Foto: AFP)

De repente, viu-se em situação inédita, por mais que a Ferrari nunca tivesse deixado dúvidas sobre a crédito que deposita nele. Mesmo ao lado do tetracampeão Sebastian Vettel, Leclerc sempre representou o horizonte de uma equipe hoje presa a um pretérito de glórias. Mas é inegável que ter Hamilton, o maior de todos, porquê companheiro de equipe elevava o sarrafo.

Para completar, a Ferrari começou a se preparar com muito esmero para receber Lewis, a ponto de trazer mudanças significativas na concepção da SF-25 para deixá-la mais ao estilo do britânico. Há também uma verdadeira força-tarefa por trás para apressar essa adaptação, com recta, por exemplo, a software especial para desenvolver o volante e outras coisas. E Frédéric Vasseur, o encarregado, não tem medido esforços para obedecer todas as palavras do heptacampeão.

Foi aí que Leclerc decidiu seguir “caminho próprio” com a equipe de engenheiros que o acompanha, esperançoso de que achara risco de desenvolvimento “muito interessante” para ser trabalhada. E ainda que tenha sido muito cauto ao declarar que isso não significava nenhuma separação — de vestimenta, pilotos buscam acertos que se adequem melhor aos seus estilos —, não deixa de ser significativo enfatizar que, sim, é ele quem decide a própria rota dentro da Ferrari.

Essa atitude, aliás, surtiu muito efeito. No Bahrein, Leclerc conseguiu se qualificar em terceiro e contou com a punição a George Russell para largar na primeira fileira. A Ferrari ainda preparou bela cilada ao velar dois jogos de pneus médios para a corrida que teria funcionado perfeitamente, não fosse o safety-car.

Charles Leclerc assumiu merecido protagonismo na Ferrari diante do superastro Hamilton (Foto: Ferrari)

No GP da Arábia Saudita, mais uma vez Leclerc foi o ‘player’ da vez ao conseguir pôr em prática a estratégia de pneus desenhada pela escuderia de Maranello. Pegou a Mercedes no contrapé. Um pódio com muita propriedade, merecido e que pode ter representado um ponto de viradela importante para a Ferrari, pois ela já demonstrou ter armas poderosas na luta contra o time de Toto Wolff e também contra a McLaren.

“Já ​​faz vários fins de semana que venho entendendo um pouco que me ajudou a melhorar o desempenho e que vai me ajudar muito mais. Fazia tempo que não me sentia tão confortável no coche porquê agora, mas precisamos encontrar mais desempenho em universal”, disse Charles depois do pódio em Jedá — frase que, de certa forma, não deixa de ser uma boa cutucada em Hamilton, que só reclama do calvário que é não conseguir se entender com a SF-25.

Há espaço, todavia, também para críticas, e Leclerc tem se incomodado principalmente com a falta de ritmo de classificação. Todos sabem que volta rápida é a sua especialidade, e se a Ferrari demonstrou em duas corridas distintas que tem potencial para incomodar, levante é, definitivamente, o empurrãozinho que falta para fazer dele uma verdadeira pedra no sapato de Russell, Lando Norris, Oscar Piastri e companhia. Para desespero de Lewis, simples.

Fórmula 1 volta de 2 a 4 de maio em Miami, primeira corrida da temporada 2025 nos Estados Unidos.

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